Nasci dois anos após o término da Segunda Guerra Mundial. Minha irmã nasceu em plena guerra. Minha mãe, alemã, embora no Brasil, sentiu os reflexos sociais do conflito, que se alastraram mundo afora. Ela e suas irmãs falavam alemão entre si, mas não nos ensinaram a língua. Entendo o porquê. Não era o momento e temiam que os preconceitos e mágoas do conflito pudessem nos afetar. Porém, ela nos ensinou a apreciar os bons pratos alemãos, o capricho na cozinha, o bom aproveitamento da comida, a beleza na composição de uma mesa.
Pudemos sentir o “mal du pays”, como chamam os franceses. A saudade da cultura de um país, de sua comida e seus costumes, que eram comuns na casa de seus pais imigrantes do leste da Alemanha, região que mais tarde foi objeto de um acordo internacional e doado à França.
Com amigos, meu marido e eu fomos para a Alemanha. Fiquei devendo aqui uma matéria para o blog.
Muito recentemente, minha irmã viajou para Alemanha com um grupo de amigos e me enviou alguma fotos.
Trouxe-me também, como presente um belíssimo livro de culinária alemã, escrito em inglês.
É uma publicação do restaurante da Bavária, o Munich Hofbrühaus, com 400 anos de existência.
Ficamos tão motivados com o livro e suas receitas que só nesta semana comemos algumas salsichas com Sauerkraut duas vezes. Descobrimos que o Sauerkraut não tem calorias e as salsichas não são assim tão proibitivas. É uma ótima pedida para um jantar. O Sauerkraut da Hemmer é excelente. Para usá-lo, passo levemente na manteiga, em frigideira e usamos uma boa mostarda para as salsichas. Encontrei no Supermercado aqui em Cuiabá, purê de maçã importado da Alemanha. Uma delícia e acompanha bem.
Ein Prost Marga! Obrigado por colocar tão belo texto. Sei que suas palavras contêm muito mais do que parecem: contêm lembranças, saudades e tudo de bom que a mamãe nos deu. A página é, antes de tudo, uma homenagem a ela. Beijos e parabéns. Ah! E bom apetite também. Éli